Rochas - Uma breve descrição - Sobre Geologia

20/08/2017

Rochas - Uma breve descrição

Uma rocha é um agregado sólido de um ou mais minerais que ocorrem de modo natural. Existem diversos tipos de rochas com diversos tipos de propriedades que definem sua aparência, sendo as principais, a cor, textura, tipos de minerais que a constituem e o tamanho de seus cristais.

A beleza das paisagens naturais são feitas a partir das rochas.


Importância das Rochas


As rochas são de suma importância para a geologia, é através delas que é possível identificar e entender a maioria dos processos envolvidos no nosso planeta. Elas guardam registros que quando decifrados fornecem informações sobre a sua formação, possibilitando uma reconstrução de sua história geológica a partir de uma reunião e interpretação dessas informações.

São a partir das rochas que surgem os solos, por meio de processos intempéricos e erosivos que modificam as características físicas e/ou químicas iniciais da rocha ao longo processo pedogenético, nome dado ao processo de produção de solos.

Sobretudo, são as rochas que constituem a crosta da Terra, camada mais superficial na qual todos nós estamos sobre. E é nessa mesma camada que os solos estão depositados, e as nossas cidades, prédios, monumentos e outras formações antrópicas estão firmadas. São as rochas que também provém boa parte dos nutrientes existentes nos solos; e os solos são são usados para a agricultura; e a agricultura, por sua vez, é usada na pecuária. Portanto, sem as rochas a vida na terra seria algo improvável de existir.

Classificação Geral


Existem três grupos de rochas, as ígneas, metamórficas e sedimentares, que serão caracterizadas a seguir.

1) Rochas ígneas ou magmáticas: Essas rochas são formadas pela cristalização do magma (rocha fundida) que se origina em profundidade na crosta e no manto inferior. As temperaturas superam facilmente os 600ºC podendo chegar até 1600ºC. Quando esse magma resfria-se lentamente  no interior da Terra, aproximando-se do ponto de fusão da rocha que será formada, há a cristalização de minerais, sendo que alguns desses, terão tempo suficiente para crescer e ficarem bem desenvolvidos, formando cristais com centímetros e até mesmo metros de comprimento, e formando assim uma rocha ígnea de granulação grossa. Porém, quando o magma é extrudido(liberado bruscamente para a superfície terrestre) de um vulcão ou através de uma dorsal meso-oceânica, ele resfria e solidifica muito rapidamente por causa da diferença de temperatura, logo não há tempo suficiente para o desenvolvimento dos minerais. Quando isso acontece, os minerais não são visíveis a olho nu, e o resultado disso é uma rocha ígnea de granulação fina. Já conhecido essas classificações, pode-se introduzir agora os dois grandes tipos de rochas ígneas;
  • Rochas ígneas intrusivas ou plutônicas:  Cristalizam-se quando o magma intrude em uma massa de rocha não fundida em profundida na crosta terrestre. Possuem cristais grandes que crescem enquanto o magma esfria (bem lentamente), produzindo rochas de granulação grossa. Um exemplo de rocha ígnea intrusiva é o Granito.

Cristais visíveis a olho nu em um granito.

  • Rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas: formam-se pelo rápido resfriamento do magma que chega à superfície por meio de erupções vulcânicas. Essas rochas são reconhecidas facilmente por suas texturas vítreas ou de granulação fina, sendo praticamente impossível visualizar os seus cristais à olho nu. Um exemplo de rocha ígnea extrusiva é o Basalto.

Os cristais do basalto não podem ser diferenciados
a olho nu pois são muito pequenos. By Beatrice Murch
from Buenos Aires, Argentina -
Basalto escoriáceo, CC BY 2.0

2) Rochas sedimentares: Os sedimentos, percursores das rochas sedimentares, são encontrados na superfície terrestre como camadas de partículas soltas, como areia, silte e matéria orgânica. Essas partículas são formadas à medida em que as rochas vão sendo alteradas e erodidas. A alteração é promovida pelo intemperismo, que são todos os processos químicos e físicos que desintegram e decompõem as rochas em fragmentos de vários tamanhos. Quando essas partículas são transportadas, então há erosão, que é o conjunto de processos que desprendem o solo e as rochas, transportando-as para os locais onde são depositados em camadas de sedimentos. Já conhecido esses termos, pode-se introduzir agora os dois tipos de sedimentos gerados pelo intemperismo e a erosão:

Camadas de rochas sedimentares em um afloramento. By Rhododendrites - Own work,
CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=57391838

  • Sedimentos clásticos: São partículas depositadas fisicamente, como os grãos de quartzo e feldspato derivados por exemplo de um granito alterado. Esses sedimentos são depositados pela água corrente, vento e pelo gelo e formam camadas de areia silte e cascalho.

Imagem aumentada de alguns sedimentos que são
comumente encontrados.

  • Sedimentos químicos e bioquímicos: São substâncias formadas por precipitação química, quando alguns dos componentes das rochas dissolvem-se durante o intemperismo e são carregados pelas águas dos rios para o mar. Entre esses sedimentos incluem-se as camadas de minerais como a halita (cloreto de sódio) e a calcita (carbonato de cálcio, frequentemente encontrado na forma de recifes e conchas).

As conchas são formadas por carbonato de cálcio,
um precipitado químico. 

Como visto anteriormente, os sedimentos são os percursores das rochas sedimentares, e para haver a formação dessas rochas, é necessário que esses sedimentos soltos sejam compactados e solidificados. O processo que converte os sedimentos em rocha sólida é chamado de litificação e pode ocorrer de duas maneiras:
  • Por compactação: quando os grãos são compactados pelo peso do sedimento sobreposto, formando uma massa mais densa que a original
  • Por cimentação: quando os minerais precipitam-se ao redor das partículas depositadas e agregam-nas umas às outras.
Logo, quando os sedimentos são compactados e cimentados, formarão por sua vez, uma rocha sólida, e chamada de rocha sedimentar. A principal caracterização das rochas sedimentares é a estratificação, na qual há a formação contínua de camadas paralelas de sedimentos à medida em que as partículas depositam-se no fundo do mar, de um rio ou da superfície de um terreno. São essas rochas que recobrem a maior parte dos continentes, porém em termos de volumes, são menores em proporção que as rochas ígneas e metamórficas.

3) Rochas metamórficas: A palavra metamórfica é uma derivação das palavras gregas "meta" que quer dizer mudança e "morphe" que significa forma, ou seja, "mudança de forma". Essas rochas são produzidas quando as altas temperaturas e pressões do interior da Terra atuam em qualquer tipo de rocha, seja sedimentar, ígnea ou outra metamórfica, e essa atuação gera a mudança de sua mineralogia, textura e/ou composição química, porém essas mudanças ocorrem todas no estado sólido. Dessa forma, as temperaturas de metamorfismo sempre estão abaixo das temperaturas de fusão das rochas, mas são altas o suficiente para modificar a rocha por recristalização dos minerais e reações químicas. Um exemplo de rocha metamórfica são os migmatitos.

Exemplo de uma rocha metamórfica. Por Siim, CC BY-SA 3.0,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1388329

As rochas metamórficas são formadas por processos de metamorfismo, que são classificados quanto sua intensidade e forma de atuação na rocha. Tais processos merecem um maior detalhamento, e serão tratados de tal forma em artigos futuros.

Referências

  • http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/metamorficas/metamorficas1.html, acessado em 20/08/2017.
  • TEIXEIRA, Wilson et. al, Decifrando A Terra, 2ª Ed. São Paulo, Companhia Editora Nacional.
Escrito por Mauricio Almeida e Rafael Ladeia 
Editado por Rafael Ladeia.