Bacias Sedimentares - Conceitos básicos e tipologia - Sobre Geologia

08/09/2019

Bacias Sedimentares - Conceitos básicos e tipologia

A geologia continental se difere bastante da geologia oceânica, teorias-base da dinâmica interna Terrestre nos trazem o básico desse entendimento. No artigo de hoje iremos introduzir conceitos básicos e discutir um pouco sobre uma estrutura que ocorre em ambos os ambientes, abordando suas condições de formação, classificação, e outras especificidades. Por definição uma bacia sedimentar é uma depressão rochosa, uma área rebaixada no relevo e que ao longo do tempo geológico acabam por acumular sedimentos de naturezas diversas. As bacias sedimentares, foram compreendem regiões em extensões variadas onde a combinação das condições em que se acumulam os sedimentos e se formam as rochas sedimentares possibilitam que este ambiente seja fonte primária óleo e gás natural, elementos importantes para a economia e o comércio mundial e importantes para o desenvolvimento mais profundo de estudos sobre as Bacias e da litosfera continental como um todo.
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A Taça- Afloramento Arenítico constituinte da Bacia do Paraná.
Fonte: Wikipédia

Bacias Sedimentares Compressionais:
São as Bacias que se formam e evoluem em situação de compressão regional, comuns em faixas orogênicas, e se dividem segundo sua posição, entre as mais recorrentes estão as Bacias antepaís e as Bacias revertidas geradas pelo processo denominado inversão de bacia. As bacias do tipo antepaís se formam em situação de orogênese, e em regiões de subsidência (depressão) situadas na borda externa do orógeno, ou seja, o flanco dos cinturões orogênicos de margem continental é onde se localizam as Bacias antepaís, bacia de frente de cadeia, ou antefossa. A predominância de sua sedimentação é de sedimentos não-marinhos e marinhos rasos, e são comumente ligados a tectônica thin-skinned, ou seja sem envolvimento do embasamento.
Exemplo Brasileiro: A Bacia do Acre, que constitui o sistema de Bacias de Antepaís formadas ao longo do flanco oriental da Cordilheira dos Andes.
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Imagem 1.0 – Bacia Antepaís. 
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Hildor_Seer/publication/267246434/figure/fig4/AS:392235859365897@1470527724936/Figura-7-Geometria-e-depozonas-de-uma-bacia-de-antepais-ou-foreland-Sedimentos.png 
Bacias flexurais:
Desenvolvidas em zonas e convergência de placas, as bacias flexurais ocorrem quando o peso da placa calvagante flexiona, ou causa uma curvatura na placa acavalada. Nesses casos é esperado que a a placa cavalgante seja subduzida, como o exemplo da Bacia Mesopotâmica, onde a Placa da Arábia foi subduzida pela Placa da Eurásia. Este é um tipo de bacia muito importante e expressiva para os estudos em petróleo.
Exemplo brasileiro: Bacia de Itajaí.

Bacias riftes:
Caracterizadas como profundas, estreitas, alongadas e com espessas sucessões de rochas sedimentares e de rochas ígneas intrusivas e extrusivas, que ocorrem quando o magma quente e dúctil ascende do manto e preenche os espaços entre os estratos (derrames basálticos se tornam bem comuns nesse tipo de Bacia). Sua origem inclui o processo de rifteamento, quando um continente num movimento de separação de placas, as ditas forças compressionais controlam o mecanismo de subsidência, um afundamento de determinada área da crosta em relação às elevações adjacentes.
Exemplo brasileiro: Bacias rifte do Vale do Cariri.
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Imagem 1.2 – Bacia Rifte.
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Marcelo_Santos57/publication/309428448/figure/fig1/AS:421370577080323@1477473982676/Figura-7-Esquema-de-uma-bacia-do-tipo-rifte-modifitado-do-site.png

Bacias de subsidência térmica:
Os eventos distensionais já descritos envolvem fragmentação, expansão do assoalho oceânico e também o esfriamento da crosta da litosfera que foi “afinada” e aquecida nos estágios iniciais do processo. O esfriamento leva ao aumento da densidade da litosfera, o que leva a subsidência como resposta a quebra isostática, havendo o colapso isostático, a rocha afunda por perda de equilíbrio.
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Imagem 1.3 -  Tipos de Subsidência.
 Fonte: portaldopetroleiro.com
Bacias Oceânicas:
Se encontram entre a margem continental e a cordilheira mesoceânica, e como o relevo marinho se diferencia do continental, montanhas dobradas e falhadas como as continentais não estão presentes neste ambiente. A deformação se restringe aos falhamentos e derrames basálticos que ocorrem na dorsal mesoceânica e nas zonas de subducção. Portanto, processos de sedimentação e vulcanismo são mais expressivos nesse caso, a sedimentação em mar profundo se mostra mais contínua, preservando melhor os registros deposicionais quando comparada aos ambientes continentais.
Exemplo brasileiro: Bacia Oceânica brasileira, onde se localizam o arquipélago de Noronha, e o Atol das Rocas.
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Imagem 1.4 – Relevo Oceânico. 
Fonte: https://n.i.uol.com.br/licaodecasa/ensfundamental/geografia/ilha.jpg

Bacias Intracratônicas:
Geralmente sobrepõem riftes, têm contorno oval ou arredondado, se formam em continente devido o resfriamento de plumas. As regiões consideradas tectonicamente estáveis, os conhecidos crátons são onde se desenvolvem este tipo de bacia.
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Imagem 1.5 – Bacia Intracratônica do Amazonas. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2957045/11/images/25/Bacia+intracrat%C3%B4nica+do+Amazonas.jpg

Inversão de bacia:
Quando a reativação de uma falha muda a arquitetura de uma bacia, esta registra uma reversão no sentido do movimento em falhas de escorregamento, essa reversão é chamada inversão, este processo se deve à reativação compressional de falhas normais presentes em bacias sedimentares, a qual acaba por soerguer sequências anteriormente soterradas e na exumação de rochas anteriormente soterradas. Diversos mecanismos podem ocasionar a inversão de uma bacia, colisão continente-continente ou arco-continente podem gerar compressão, soerguimento e reativação de falhas normais.

Referências:
KEAREY, Philip, KLEPEIS, Keith A. Tectônica global- 3. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2014.
GROTZINGER, John, JORDAN, Tom. Para entender a terra- 6. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2013.
Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil. L. A. Bizzi, C. Schobbenhaus, R. M. Vidotti e J. H. Gonçalves (eds.) CPRM, Brasília, 2003.

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