A diversas paisagens que são observadas mundo afora
são produtos das interações entre o sistema de tectônica de placas – que atua
na construção do relevo – e do sistema de climas, que contribuem para o seu
desgaste. No post de hoje, conheceremos mais sobre a Climatologia, fatores e
elementos do clima e a importância de sua compreensão!
Introdução
A climatologia é o estudo científico dos climas, que
abrangem grandes extensões, por um longo período de tempo. Apesar de geralmente
os conceitos de tempo e clima serem abordados como análogos, existe um fator
que os distingue: a escala de tempo cronológico. Enquanto o tempo meteorológico
se refere às condições atmosféricas em um dado instante e local, entende-se por
clima como uma média das variações do tempo meteorológico por um período de
30-35 anos.
Na Climatologia, frequentemente são usados elementos e fatores do clima para descrever o ambiente atmosférico. Os principais
elementos que constituem os fatores
climáticos são: temperatura, umidade, pressão atmosférica e radiação
solar.
A temperatura é a intensidade do calor atmosférico em um
determinado lugar, que pode ser mensurado através das escalas Fahrenheit (°F)
ou Celsius (°C).
A umidade – geralmente expressa em porcentagem – é quantidade
de vapor d’água existente na atmosfera e é proveniente dos processos de
evapotranspiração das plantas (transferência de vapor d’água das plantas e do
solo para a atmosfera).
Já a força exercida pelo ar sobre uma superfície, definida
como pressão atmosférica é expressa, geralmente, em milibares (mb). A pressão
varia de acordo com a altitude, a temperatura e a latitude. Em locais mais
altos, a pressão atmosférica é menor, pois quanto mais distante do centro da
Terra (influência maior da força da gravidade) um ponto é, menor será a força
exercida e, consequentemente, menor será a pressão que a atmosfera exercerá
sobre ele.
Monte Everest, situado na fronteira
Nepal-Tibete. A pressão atmosférica na altitude de 8,85km corresponde a
250mmHg, enquanto ao nível do mar, a pressão atmosférica é de 760mmHg.
Informações: Blamb / Shutterstock
A temperatura e a latitude também interferem na pressão
atmosférica: quanto maior a temperatura, menor é a densidade do ar e, portanto,
menor será a pressão. Em contrapartida, quanto menor for a temperatura, mais
unidas estarão as partículas, aumentando sua densidade e, assim, a pressão
aumentará. Em relação à latitude, a pressão atmosférica se comporta de maneira
diretamente proporcional: locais de alta latitude apresentarão uma maior
pressão atmosférica e locais de menor latitude, menor pressão atmosférica.
Radiação solar é a forma pela qual a energia solar chega
até a superfície terrestre. Nesse processo, cerca de 70% da energia solar é
absorvida e 30% escapa no espaço exterior. A radiação infravermelha que chega à
Terra é de suma importância pois é ela que irá gerar a elevação das
temperaturas.
Os fatores climáticos são latitude, altitude, vegetação, maritimidade e
continentalidade, correntes marítimas, correntes de ar e relevo. Estes,
interferem nos elementos climáticos e nos climas.
Dinâmica das massas de ar atuantes na
América do Sul durante o inverno. Fonte:
marcosbau.com.br/geobrasil-2/climas-do-brasil/
Climatologia Brasileira
A maior parte do território brasileiro (cerca de 90%) está
localizado entre os trópicos de Câncer e Capricórnio e, por isso, ele é considerado
um país tropical. A grande extensão territorial do país contribui para uma multiplicidade
de tipos climáticos e, por sua vez, de paisagens naturais.
Diversidade de climas no Brasil. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1257
Os estudos acerca da climatologia tropical eram baseados
nas perspectivas do conhecimento climático dos países de latitude média até por
volta dos anos de 1970. Após a independência (1822), o Brasil obteve maior
representatividade no cenário econômico mundial e apresentou um acervo
considerável de documentos relacionados à caracterização dos seus climas e da
atmosfera. Esses documentos são recentes, levando em consideração que os
trabalhos mais aprofundados coincidem com a explosão da cafeicultura, que datam
dos primórdios do século XX. Esses estudos contribuíram significativamente para
estruturar os dados meteorológicos, com foco para a porção centro-sul do país.
Nessa época, foram criados o Departamento Nacional de Meteorologia (DNMET),
atual Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Com a criação do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1940, a climatologia
brasileira foi impulsionada e, na década seguinte, os estudos climáticos
começaram a ser deslocados para as regiões Nordeste e Centro-Oeste. A partir de
1960 e 1970, os trabalhos climatológicos foram dirigidos nas perspectivas
regionais e locais, além da preocupação com a questão ambiental. A evolução
tecnológica no campo da climatologia permitiu grandes avanços nos últimos 20
anos, no entanto, ainda são poucas as áreas detalhadamente investigadas do Nordeste,
Norte e Centro-Oeste do país.
Clima X Geologia
A compreensão dos diversos tipos de clima é fundamental
para o entendimento das interações entre os climas e os processos geológicos,
como a tectônica de placas, formação de montanhas e erosão. As diferenças
climáticas globais também estão associadas aos tipos de intemperismo: em locais
onde predominam climas úmidos, com altas taxas de pluviosidade, o intemperismo
químico será sobressalente; enquanto onde predominam climas secos, o
intemperismo físico será preeminente.
É importante ressaltar que os processos geológicos também podem
alterar os climas, como acontece no caso dos processos de vulcanismos que
liberam gases, como o dióxido de enxofre (SO2) e o dióxido de
carbono (CO2). Depois da erupção, o SO2 reage com o vapor
d’água na atmosfera para formar aerossóis (pequenas gotículas suspensas no ar e
de alta mobilidade) de ácido sulfúrico. Uma camada de aerossóis pode atuar como
um “efeito estufa”, impedindo que parte da radiação térmica escape, causando um
aquecimento da superfície. Ademais, o impacto climático gerado por uma erupção
depende também da altitude a que os voláteis serão ejetados e da latitude do
vulcão.
Erupção em El Chicón, México, 1982.
7,5.1011kg de material foi ejetado. A temperatura no Hemisfério
Norte foi alterada em -0,2ºC. Imagem: Robert I. Tilling (http://www.geotimes.org/nov07/article.html?id=feature_danger.html)
Conclusão
É fundamental compreender as dinâmicas locais e globais do
clima, pois a Climatologia auxilia no entendimento de diversos processos
físicos, químicos, biológicos e geológicos que interagem na grandiosidade do
sistema Terra-vida. Ademais, do ponto de vista socioambiental, é de extrema
importância compreender o que gera as mudanças climáticas para a vida na Terra
e investigar suas consequências.
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Artigo escrito por Amanda Couto e revisado por Carlos
Eduardo
Referências
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Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia:
noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina dos Textos, 2007. 206 p.
CHARLES,
Cockell et al. (Org.). Sistema
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http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/Elementos-Que-Caracterizam-o-Clima-1267.html
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http://www2.icnf.pt/portal/ap/pnpg/geo
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http://climasdomundo.blogspot.com/2009/08/elementos-do-clima-sao-os-atributos.html
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https://novaescola.org.br/conteudo/2206/por-que-a-pressao-atmosferica-muda-com-a-altitude acesso em 07/07/2018
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