Importante elemento estrutural de rochas metamórficas, as zonas de cisalhamento (ZC) nos permitem uma análise sucinta dos principais tensores agentes sobre determinado volume de rocha, informações as quais possibilitam a construção das conhecidas elipses deformacionais.
Zonas de cisalhamento são áreas submetidas à deformação, sejam elas de natureza dúctil ou rúptil, delimitadas por paredes dispostas tabularmente onde a deformação é significativamente menos expressiva, ou inexistente, em relação ao centro da zona.
Ocorrem em ambientes com disposição ao tectonismo, principalmente quanto ao movimento lateral relativo entre blocos, conhecido como transcorrência o que gera a dita tensão cisalhante. Esta pode ocorrer associada tanto a eventos de natureza compressiva quanto aos de natureza distensiva.
Em zonas do tipo rúptil é possível observar a cataclase e brechamento (quebra) da rocha e minerais. A intensa cominuição e moagem da rocha e dos minerais são característicos deste domínio.
Em zonas do tipo dúctil é possível observar dobras, sejam elas dobras de arrasto, dobras parasíticas, e uma importante feição é o estiramento mineral, todas indicam o comportamento plástico da rocha quando submetida ao esforço.
As rochas metamórficas são classificadas quanto à deformação rúptil e dúctil pela tabela de Sibson (1977).
Zona de cisalhamento dúctil numa rocha milonitizada |
As rochas metamórficas são classificadas quanto à deformação rúptil e dúctil pela tabela de Sibson (1977).
Este movimento relativo entre blocos registram diferentes deformações, as quais são utilizadas para que possamos entender a natureza da rocha com uma leitura do seu movimento, sua direção, e, por vezes, seu sentido. Podem ser indicados pelo que chamamos de indicadores cinemáticos os quais são possíveis listar:
-Slickensides e Slickenlines
Se tratam de superfícies polidas ou alisadas que apresentam, em grande maioria, estrias de atrito também chamadas slickenlines, são formadas pelo atrito quando ocorre o deslizamento de um bloco com relação a outro, feições não-penetrativas e são expressivamente registrados em material argiloso devido seu comportamento plástico.
-Estiramento Mineral
Demarcam deformações dúcteis e são estruturas penetrativas, os minerais se direcionam seguindo a ordem preferencial da deformação. Estiramento de minerais anidros indicam metamorfismo de alto grau, no caso de estiramento apenas de minerais hidratados relativamente menos intenso. São a principal feição linear para classificar o processo denominado milonitização.
-Foliação:
A já citada milonitização é uma foliação (feição planar) que demarca comportamento dúctil, a qual há um fluxo de minerais estirados e orientados segundo a ordem da tensão a qual a rocha foi submetida, assim como as condições de temperatura e pressão a que foram submetidas.
-Dobras de arrasto
Expressam deformação dúctil, a qual ocorrem o encurvamento de feições planares tais como foliação, plano da camada, etc, como reação ao atrito gerado pela tensão cisalhante, o movimento relativo entre blocos já citado.
-Porfiroclastos do tipo augen
Os porfiroclastos são marcadores especiais pois não só determinam a direção do movimento quando relacionada á foliação (porfiroclastos são contornados pela foliação e possuem formato alongado em suas extremidades - denominado cauda, que possui mesma composição do núcleo, gerado pela recristalização do mineral - nos remetendo ao formato de um olho, neste caso são chamados augen.

São classificados como:
Tipo Sigma (σ);
Tipo Delta (δ);
Tipo Phi (φ); neste caso o augen é simétrico, impossibilitando o sentido do movimento que o gerou (dextral ou sinistral).

São classificados como:
Tipo Sigma (σ);
Tipo Delta (δ);
Tipo Phi (φ); neste caso o augen é simétrico, impossibilitando o sentido do movimento que o gerou (dextral ou sinistral).
-Imbricamento mineral
O imbricamento é um indicador cinemático tanto de direção quando de sentido, ou seja, implica a rotação de minerais antes dispostos de forma alinhada e enfileirados, e que agora se mostram rotacionados, numa sobreposição sucessiva, como uma queda em uma posição que nos remete ao "efeito dominó".
O imbricamento é um indicador cinemático tanto de direção quando de sentido, ou seja, implica a rotação de minerais antes dispostos de forma alinhada e enfileirados, e que agora se mostram rotacionados, numa sobreposição sucessiva, como uma queda em uma posição que nos remete ao "efeito dominó".
-Microfraturamento de cristais
As falhas e fraturas podem se apresentadas em diferentes ordens de grandeza, podem se apresentar em grandes escalas, como macroestruturas, onde recebem tais nomes, mas pode ocorrer em ordens menores e recebem o nome de microfraturamento. Neste assim como na análise macroestrutural somos guiados pelo plano de falha, o qual o mergulho do plano nos indica o sentido e direção do movimento.
Escrito por Letícia Brito
As falhas e fraturas podem se apresentadas em diferentes ordens de grandeza, podem se apresentar em grandes escalas, como macroestruturas, onde recebem tais nomes, mas pode ocorrer em ordens menores e recebem o nome de microfraturamento. Neste assim como na análise macroestrutural somos guiados pelo plano de falha, o qual o mergulho do plano nos indica o sentido e direção do movimento.
Escrito por Letícia Brito
Referências:
Ótimo
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