Dinâmica interna e sua relação com o petróleo - Sobre Geologia

01/09/2019

Dinâmica interna e sua relação com o petróleo

Você sabia que a dinâmica interna da Terra pode influenciar no clima e na composição da atmosfera e, assim, ter propiciado o surgimento de grandes quantidades de um recurso muito utilizado atualmente? Sobre isso que o artigo de hoje fala: Influência da dinâmica interna na formação de petróleo.

Introdução

A intensidade da dinâmica interna da Terra determina, em certa medida, a quantidade de gases liberados pelo vulcanismo na atmosfera terrestre, que podem propiciar grandes populações de seres vivos que, se decompostos de uma forma específica, dão origem ao petróleo (e outros combustíveis fósseis), a exemplo de fitoplânctons.
Imagem para ilustrar a distância do núcleo (onde os fenômenos
 da dinâmica interna são desencadeados) para a superfície
https://brainly.com.br/tarefa/17349069
Essa teoria se sustenta em constatações paleomagnéticas (leia aqui o artigo que explica como isso é feito) alinhadas à datação de grandes reservas do recurso.

Petróleo

- O que é
Um líquido natural inflamável, de grande importância comercial, extraído em grandes profundidades, utilizado como matéria prima e como combustível.
- Origem
A teoria mais aceita de formação do petróleo é de que origina-se de matéria orgânica, predominantemente algas e fitoplânctons decompostos sob pouca oxigenação e sobrepostos por sedimentos e, após serem adquiridas profundidades de 1500m a 6400m (correspondentes a temperaturas de 50°C a 180°), estão sob condições ideais para a gênese do material.
O fato deste processo precisar de tanto tempo para ser completamente efetuado leva o recurso a ser considerado fóssil e não renovável.

Extração de petróleo http://hoje.unisul.br/eng-de-petroleo-tem-coordenacao-de-consultor-da-petrobras/


Relação do núcleo com a formação

Tal teoria surgiu ao serem analisadas as condições do magnetismo terrestre no Cretáceo Médio (112 a 83 milhões de anos atrás) e a datação de petróleo por diversas bacias petrolíferas. Os estudos evidenciaram estabilidade do campo magnético por um longo período. Isso indica que as correntes de convecção do núcleo externo estavam muito ativas, aumentando o volume das cadeias mesoceânicas que, por sua vez, elevaram o nível do mar, inundando regiões costeiras baixas.
As atividades vulcânicas (intensificadas pela dinâmica interna do momento em questão) proporcionaram o fornecimento de enxofre, nitrogênio e fósforo: nutrientes importantes para seres vivos planctônicos (pequenos organismos marinhos que realizam fotossíntese).
A partir disso temos condições perfeitas para a multiplicação de plânctons, algas e outros organismos semelhantes.
Maré vermelha https://www.tricurioso.com/2018/08/24/o-que-e-uma-mare-vermelha/
A decomposição de grandes populações dessas espécies, efetuada por bactérias que consomem muito oxigênio, é impedida por conta de um fenômeno conhecido como "Maré Vermelha". Os fitoplânctons mortos formam uma camada que impede a passagem de luz, anulando a fotossíntese e assim o fornecimento de oxigênio (que seria consumido pelas bactérias) do ecossistema sofre um desequilíbrio, ocorrendo, além do pouco O2, liberação de toxinas que mudam temporariamente a cor da água (daí o nome do fenômeno). Assim, a decomposição desse material orgânico não se realiza.
Por fim, essa população se deposita várias e várias vezes, em imensas proporções e em diversos locais espalhados pelo globo, sendo sobrepostas por material sedimentar e formando a chamada rocha geradora (rocha sedimentar na qual ocorre o processo de formação do petróleo).

Conclusão

O petróleo e seus derivados são muito preciosos para inúmeras indústrias e para o nosso dia a dia, seja como combustível, seja como matéria prima de diversos produtos, sendo responsável quase exclusivo pelo PIB (produto interno bruto) de diversos países, como Venezuela, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Entender o quão específicas são suas condições de formação e quanto tempo elas precisam ter para chegar o resultado final nos ajuda a perceber a importância do uso racional e a necessidade de buscarmos outras alternativas para o substituirmos.
Indo além, seu estudo é de interesse de diversas áreas científicas, pois como vimos no texto a biologia, a geologia, a geografia física e a química estão presentes.

Referências

SUGUIO, Kenitiro. SUZUKI, Uko. A Evolução Geológica da Terra e a Fragilidade da Vida. 2a edição.

Artigo escrito por Gustavo Cerqueira

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