Neste artigo, iremos tratar de um assunto fundamental para o conhecimento geológico atual. E para um melhor entendimento dessa publicação, recomendamos que sejam lidos dois artigos anteriores, sobre o Ciclo de Wilson e a Teoria da Deriva Continental. Em seguida, aproveite a leitura!
A Teoria da Tectônica Global
A Tectônica Global estabelece um modelo que explica o funcionamento e a razão pela qual a Deriva Continental ocorre, dando uma base científica acerca da dinâmica interna da Terra.
A teoria da Tectônica Global é a mais aceita e usada hoje em dia, e foi desenvolvida após os anos 1950 com os avanços da tecnologia, da geologia e também da geofísica, permitindo estudos cada vez mais aprofundados sobre o fundo marinho e posteriormente sobre o interior da Terra.
Estes mesmo estudos possibilitaram o entendimento de que a astenosfera(uma das camadas do interior da Terra), é composta de Correntes de Convecção, que são basicamente movimentos cíclicos e lentos, que ocorrem em todo o manto da Terra, em um processo que envolve o resfriamento do magma e a fusão da crosta e suas respectivas densidades, que por sua vez são as responsáveis pelos movimentos e transformações das crostas terrestres e oceânicas. O processo pode ser melhor visualizado nas imagens abaixo.
Nesse tipo de limite, há a formação de muitos vulcões e consequentemente, muito metamorfismo de alto grau. É também nessas áreas que são encontrados grandes cordilheiras montanhosas, como os Himalaias.
3) Limites Conservativos ou Transformantes: onde as placas tectônicas deslizam lateralmente uma em relação a outra, sem destruição ou geração de crostas, ao longo de Falhas Transformantes. Um exemplo clássico desse tipo de limite, é a falha de San Andreas na América do Norte. Existem dois tipos de limites conservativos em relação ao sentido do movimento entre as placas:
Estes mesmo estudos possibilitaram o entendimento de que a astenosfera(uma das camadas do interior da Terra), é composta de Correntes de Convecção, que são basicamente movimentos cíclicos e lentos, que ocorrem em todo o manto da Terra, em um processo que envolve o resfriamento do magma e a fusão da crosta e suas respectivas densidades, que por sua vez são as responsáveis pelos movimentos e transformações das crostas terrestres e oceânicas. O processo pode ser melhor visualizado nas imagens abaixo.
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Bloco diagrama demonstrando o funcionamento
das correntes de convecção e as zonas de
subducção nas extremidades da figura.
Fonte:http://gannagabcn.blogspot.com.br/2013/12/tectonica-de-placas.html |
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Modelo gráfico representando o movimento de convecção. Por User:Oni Lukos - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1479796 |
Placas Tectônicas
A parte superior da litosfera(camada geológica mais superficial da Terra, composta de rochas e relevo) é chamada de crosta e a parte inferior, mais interna, é composta por rochas do manto superior, sendo uma das diferenças principais entre elas é a sua composição química. A espessura média da crosta oceânica varia de 5 a 10 km e, a crosta continental, entre 25 a 50 km, podendo atingir até 100 km em orógenos(cadeias montanhosas). Já a litosfera, tem espessuras variadas, com uma média próxima a 100 km, sendo compartimentada por falhas e fraturas profundas em Placas Tectônicas.
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Divisão em camadas da estrutura da Terra. Autor: Jeremy Kamp; com modificações. Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2150547 |
As placas tectônicas podem ser de natureza oceânica ou mais comumente composta de porções mistas de crostas continental e oceânica. Como exemplo deste tipo de placa podemos citar as Placas Sul-Americana, Africana e Norte-Americana. Didaticamente, as placas tectônicas são como "fragmentos" da litosfera que "flutuam" sobre o manto, possibilitando suas movimentações por todo o planeta.
A imagem a seguir, demonstra a distribuição espacial das principais placas no planeta:
A imagem a seguir, demonstra a distribuição espacial das principais placas no planeta:
São conhecidas 52 placas tectônicas, tendo 12 principais:
- Placa de Nazca: está situada à esquerda da América do Sul, ao lado dos Andes. Possui área de mais de 10 milhões de quilômetros quadrados, está também, em constate colisão (limites convergentes) com a placa Sul-Americana, dando origem assim as cordilheiras dos andes.
- Placa do Pacífico: como o próprio nome já diz, está situada no oceano Pacífico, abrangendo a maior parte dele. Sua área é superior a 70 milhões de quilômetros quadrados, tornando-a a maior placa oceânica do mundo. O limite (conservativo ou transcorrente) com a placa Norte-Americana, originou a falha de San Andreas.
- Placa Africana: Abrange todo o continente Africano, e possui área de aproximadamente 65 milhões de quilômetros quadrados. A mesma apresenta um limite divergente (dorsal meso-oceânica) com a placa Sul-Americana.
- Placa Norte-Americana: Abrange a América do Norte, América Central e boa parte do oceano Pacífico. Sua área é de aproximadamente 70 milhões de quilômetros quadrados. Possui limite conservativo (desliza horizontalmente, uma em relação a outra) com a placa do pacífico.
- Placa Sul-Americana: Abriga o continente Sul-Americano e se estende até a dorsal meso-atlântica. Sua área é superior a 30 milhões de quilômetros quadrados. O fato do Brasil estar situado no meio dessa placa, explica o motivo pelo qual não se tem terremotos ou vulcões.
- Placa Antártica: Abrange o continente da Antártida e seus oceanos circundantes. Sua área é de aproximadamente 25 milhões de quilômetros quadrados.
- Placa Indo-Australiana: é uma grande placa tectônica que abrange os hemisférios sul e oriental. Abrange a Austrália, Índia, Nova Zelândia e uma parte do Oceano Índico. Possui área de aproximadamente 45 milhões de quilômetros quadrados.
- Placa Eurasiática: é a maior placa tectônica, abrangendo quase toda a Eurásia, com exceção do Subcontinente indiano, da península Arábica e da parte da Sibéria. possui uma área de cerca de 100 milhões de quilômetros quadrados. Pode-se subdividi-la em Placa Eurasiática Ocidental: com área de 60 milhões de quilômetros quadrados e Placa Eurasiática Oriental: com área de 40 milhões de quilômetros quadrados.
- Placa Filipina: situada no oceano Pacífico. sua área é de aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados. Possui a maior concentração de vulcões ativos do mundo.
- Placa do Caribe: também conhecida como placa das caraíbas, inclui uma parte da América Central Continental e constitui o fundo do Mar do Caribe. Sua área é de aproximadamente 3 milhões quilômetros quadrados.
- Placa de Cocos: situada no oceano Pacífico, foi originada pelo desprendimento da placa do Pacífico. Sua área é de aproximadamente 2,9 milhões de quilômetros quadrados.
Tipos de limites entre placas tectônicas
Como a litosfera é dividida em placas, em um sistema de movimentações por todo o planeta, a relação entre os limites entre cada placa é de fundamental importância para a tectônica global, por causa dos efeitos gerados por tais limites, e podemos distingui-los em três tipos distintos:
1) Limites Divergentes ou Construtivos: marcados pelas dorsais meso-oceânicas, onde as placas tectônicas afastam-se umas das outras, com a formação de novas partes da crosta oceânica. Curiosamente, a Islândia encontra-se localizada justamente sobre a parte norte da dorsal meso-oceânica do atlântico. É digno de nota, informar que existe mais de uma dorsal oceânica, e não somente a dorsal atlântica, a mais conhecida. Como exemplo desse tipo de limite, encontra-se a Islândia, um país localizado justamente sobre a Dorsal Meso-Oceânica
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Limite divergente(afastamento de placas). By domdomegg - Own work, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=45874902 |
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Comportamento de uma dorsal oceânica. Por USGS - http://geomaps.wr.usgs.gov/parks/animate/index.html, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=13424851 |
2) Limites Convergentes ou Destrutivos: colisão de placas, na qual uma mergulha sob a outra, num movimento denominado de subducção.
Quando ambas as placas são de mesma natureza(continental-continental ou oceânica-oceânica), a mais densa subducta(mergulha) sob a outra, em direção ao manto. E caso sejam de natureza diferentes, a placa oceânica sempre mergulha sob a placa continental. E em ambos os casos, há formação de uma zona de intenso magmatismo/vulcanismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que subductada(mergulhada). Essa zona é denominada de Zona de Subducção. Como exemplo desse limite, encontra-se a Cordilheira dos Andes, resultante da colisão entre as placas de Nazca e Sul-Americana.
Quando ambas as placas são de mesma natureza(continental-continental ou oceânica-oceânica), a mais densa subducta(mergulha) sob a outra, em direção ao manto. E caso sejam de natureza diferentes, a placa oceânica sempre mergulha sob a placa continental. E em ambos os casos, há formação de uma zona de intenso magmatismo/vulcanismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que subductada(mergulhada). Essa zona é denominada de Zona de Subducção. Como exemplo desse limite, encontra-se a Cordilheira dos Andes, resultante da colisão entre as placas de Nazca e Sul-Americana.
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Limite convergente(colisão de placas). By domdomegg - Own work, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=45874902 |
Nesse tipo de limite, há a formação de muitos vulcões e consequentemente, muito metamorfismo de alto grau. É também nessas áreas que são encontrados grandes cordilheiras montanhosas, como os Himalaias.
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Zona de subducção e sua relação com as correntes de convecção. Legenda: crosta(cinza), astenosfera(amarelo). Por Yug (talk), CC BY-SA 2.5, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1183658 |
3) Limites Conservativos ou Transformantes: onde as placas tectônicas deslizam lateralmente uma em relação a outra, sem destruição ou geração de crostas, ao longo de Falhas Transformantes. Um exemplo clássico desse tipo de limite, é a falha de San Andreas na América do Norte. Existem dois tipos de limites conservativos em relação ao sentido do movimento entre as placas:
- Sinistral: o movimento relativo é para a esquerda
- Dextral: o movimento relativo é para a direita
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Exemplo de um limite transformante dextral. By domdomegg - Own work, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=50782243 |
Imagens Interessantes
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Ilustração: Tectônica de Placas 1. |
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Mapa da NASA com a distribuição de atividades tectônicas desde 1 milhão de anos atrás. Amplie a imagem para observar melhor. |
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Mapa da NASA exibindo os movimentos de cada placa tectônica com base em dados de GPS. |
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Idade da crosta oceânica: partes vermelhas são as mais novas(local das dorsais), e azuis são as mais velhas. Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37704632 |
Vídeo Ilustrativo
Fontes/Referências:
- GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para entender a terra: 6. [S.L.]: Grupo A, 2013. 768 p.
- MEIO AMBIENTE. Principais placas tectonicas. Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/natureza/principais-placas-tectonicas>. Acesso em: 21/07/2017.
- WIKIPEDIA. Placa tectônica. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/placa_tectónica>. Acesso em: 21/07/2017.
- WIKIPEDIA. Tectônica de Placas. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Tect%C3%B3nica_de_placas> Acesso em: 22/07/2017.
- COLISÃO DE PLACAS. Guerner Dias, A., Freitas, C., Guedes, F., Bastos, C. (2014), Revista de Ciência Elementar, 2(01):0040. Disponível em: <https://www.fc.up.pt/pessoas/jfgomes/pdf/vol_2_num_1_40_art_colisaoPlacas.pdf> Acesso em: 22/07/2017.
- TEIXEIRA; FAIRCHILD; TOLEDO; TAIOLI. Decifrando a Terra, 2ª Ed. Capítulo 3.
Escrito por Rafael Ladeia e Mauricio Almeida
Editado por Rafael Ladeia.